Réu diz que comprou bicicleta por R$ 10 sem saber de origem criminosa

Processado por crime de receptação, um acusado se defendeu em juízo com a tese de que comprou, por R$ 10, uma bicicleta de um notório usuário de entorpecente sem saber da origem criminosa do veículo. A alegação, porém, foi considerada inverossímil pela Justiça, que o condenou em sentença assinada nesta segunda-feira (9/6).O caso ocorreu em fevereiro de 2021 na cidade de Limeira, interior de São Paulo. 2x2y26

SEM RESPALDO

Após ouvir o relato do réu, o juiz Guilherme Lopes Alves Lamas, da 2ª Vara Criminal, considerou que a versão não tem respaldo algum. A bicicleta foi furtada em Iracemápolis, cidade vizinha, em frente a um supermercado no Jd. Lázaro Honório de Oliveira.

Pelas imagens das câmeras de monitoramento, a polícia identificou o criminoso, conhecido na cidade por furtar bens e trocá-los por droga em Limeira. Quando a Polícia Militar patrulhava a rodovia que liga as duas cidades, encontraram o rapaz e mais um homem retornando a pé.

VALOR ÍNFIMO

O acusado itiu o furto e indicou para quem vendeu a bicicleta, no Parque Nossa Senhora das Dores. O homem foi localizado em frente a sua casa e itiu que comprou a bicicleta por apenas R$ 10 e não sabia da origem criminosa.

Ao condenar o réu por receptação, o magistrado sinalizou o que deveria ser prioridade das autoridades. “Se um governo realmente quiser combater o comércio de bens e serviços ilícitos, a medida mais eficaz é focar nos destinatários, que promovem e asseguram a demanda”.

ALIMENTADORES DO MERCADO

Desse modo, como alternativa para reduzir o número de furtos e roubos, deve-se aumentar a persecução àqueles que alimentam esse mercado. “Se não houver compradores, diminuir-se-á o incentivo econômicos à prática daqueles crimes”, apontou.

A pena para o delito de receptação ficou em 1 ano, 2 meses e 12 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto (réu multirreincidente). O acusado pode recorrer.

Foto: Pixabay

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Rafael Sereno é jornalista, escreve para o Diário de Justiça e integra a equipe do podcast “Entendi Direito”. Formado em jornalismo e direito, atuou em jornal diário e prestou serviços de comunicação em assessoria, textos para revistas e produção de conteúdo para redes sociais.

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